segunda-feira, 2 de setembro de 2013

T.A.N.K
Spasms Of Upheaval

Publicado em Rock n'Heavy







Corre o ano de 2006, o local não é propriamente terreno fértil para a irrupção de sonoridades heavy extremas, situa-se nos subúrbios de Paris e aqui encontram-se os fundadores dos Think of a New Kind (aka T.A.N.K). No entanto, nesta data, ainda dão pelo nome Dark Signs e contam apenas com Eddy Chaumulot e Symheris, visto que apenas no ano seguinte a formação estabiliza com novos instrumentistas e com Raf Pener (voz). Depois há mexidas na banda e chegamos ao alinhamento atual com a entrada de Clément Rouxel (percussão) e Olivier d'Aries (Baixo).
Antes de mais, convém não confundir os franceses T.A.N.K com os veteranos do heavy-metal inglês, Tank, que voltaram recentemente à ribalta com “War Nation” (2012). Estes gauleses indómitos praticam um Death Melódico de forte poder corrosivo e pragmatismo rítmico-melódico, dando ao novo “Spasms of Upheaval” um enormepotencial de “knock out” pela violência com que dispara “jabs” e “uppercuts” sonoros ao longo de vagas ininterruptas de distorção.
De facto, depois de alcançarem alguma notoriedade internacional com o álbum de estreia, “The Burden Of Will", os T.A.N.K regressam ao ringue musical para mais um assalto violento e letal. A intro “Life epitaph” predispõe a audiência para barragens sucessivas de Death explosivo e demolidor onde impera uma qualidade uniforme,sem momentos de arrebatamento, mas também sem que qualquer dos temas pareça deslocado ou escolhido apenas “para encher”. Em seguida, “The Raven’s Cry"  vai ao tutano da identidade musical da banda para mostrar que estes franceses carregam energia até à medula e não se coíbem de a partilhar através de guturais céleres,agrestes e abrasivos, bem alicerçados em ritmo, distorção e tenacidade na percussão.Continua a escalada de violência e “Unleash the Craving” merece uma referência especial pela forma como a banda faz uma gestão cuidada de peso e melodia, mas sempre com pedal a fundo. A próxima, “Spasms of Upheaval”, traz uma maior componente melódica, quer pelas flutuações entre o growl e o registo limpo, quer pelaforma como surgem solos de guitarra.
As músicas sucedem-se e seguimos no carrossel de ferozes diatribes que os T.A.N.K servem prodigamente, mas com algum excesso de linearidade e uma utilização demasiado recorrente dos mesmos motivos. Exceção é a vocação Metalcore do single “Inhaled”, com a participação da voz potente de Jon Howard (Threat Signal).Saliente-se ainda, depois do fugaz interlúdio “Slumber”, o apogeu poderoso e selvático de “Conflict”, sendo que este rasgo intempestivo de furor cru e direto merecia uma conclusão diferente. Há ainda momentos que combinam tonalidades progressivas (particularmente em termos de solos) e ferocidade Death, ouça-se “A Life Astray”. “Daze” encerra o álbum numa toada mais experimental, visto que este final será essencialmente melódico e quase melancólico.
Ao segundo álbum os T.A.N.K confirmam o potencial que fervilhava em “The Burden Of Will". Raf Pener é dono e senhor de uma voz retumbante e não tem qualquer pejo em puxar pelas cordas vocais. Resta aguardar pelo próximo assalto para verificarmos qual a direção do combate: maior aproximação ao Metalcore ou um cerrar de dentes na senda do Death.




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