segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Obscurity - Obscurity


OBSCURITY
Obscurity

Publicado em Rock n'Heavy







Oriundos da Alemanha, os Obscurity mantiveram-se, ao longo dos anos, fiéis a si próprios nos meandros “underground”.No entanto, e apesar da falta de reconhecimento das hostes, estes alemães perseveraram e agora voltaram à carga com este disco homónimo, que pode bem ser o melhor trabalho até à data.

Há cerca de quinze anos que os Obscurity surgem como epígonos do Battle Metal, sendo que é exactamente esse espírito que grassa no novo álbum, um misto de Death/Black/Viking Metal mesclado de lirismo pagão e marcial. Assim sendo, podem esperar doses elevadas de testosterona musical, muita agressividade e ritmos galopantes, até porque aqui não há lugar para filigranas folk, apenas o ribombar sucessivo do martelo de Thor e o entrechocar do aço.

Assim este disco homónimo, Obscurity, abre a todo o gás com dois temas paradigmáticos deste universo, “In Nomine Patris”, uma violenta  diatribe liricamente focada na igreja católica enquanto instituição e, logo a seguir, a homónima “Obscurity”, uma “homage” àquilo que a banda representa para si própria e, especialmente, para os fãs. “Germanenblut” sendo um dos temas mais assertivos do album, com o repentismo trovejante dos blastbeats a explodirem nos momentos iniciais, é também um hino marcial de inspiração viking e quase conseguimos imaginar as proas dos drakar, rasgando as ondas ao sabor do vento e da ânsia do sangue e do saque. “Strandhogg” continua na mesma toada e em “Ensamvarg” temos nova “homage”, neste caso a Quorthon, (pseudónimo de palco para Thomas Börje Forsberg, fundador dos suecos Bathory, e pioneiro do Black Metal sueco, creditado por vezes como criador do Viking Metal).

"Blutmondzeit”, “Jörmungandr”, “Weltenbrand” e “Fimbulwinter” formam um quadro conceptual em torno dos quatro desastres escatológicos da mitologia nórdica, sendo que em termos puramente musicais a banda não se afasta do registo habitual. Próximo do final, encontramos “Kein Rückzug”, uma composição ideal para apresentações ao vivo, dada a sua intensidade e cavalgada rítmica contagiante. Chegados ao epílogo com “So Endet meine Zeit”, a banda envereda, como é apanágio em todos os álbuns, por uma maior dose de experimentação, abrandando os ritmos, causticando de forma mais sombria os ouvidos e seguindo uma linha mais sinfónica de contornos soturnos e melancólicos.

Concluindo, a banda oferece-nos um álbum maduro que confirma claramente a sua identidade no seio do Battle Metal, sendo que, em termos de produção, por vezes, há alguns aspectos menos conseguidos, particularmente ao nível da percussão, sendo de realçar também que os músicos deveriam introduzir diferentes cambiantes melódicas de forma a evitar uma certa sensação de “déjà vu” ao longo do álbum.



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