segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Dark Salvation - Der Letze Weg

DARK SALVATION
Der Letze Weg

Publicado em Rock n'Heavy







Para quem não conheça, formados em 2008, os Dark Salvation praticam um melodic death metal que funda raízes no Liechtenstein, paragens pouco prolíficas no que ao metal diz respeito, daí que a banda mereça alguma atenção.

Der Letze Weg é o segundo álbum de originais dos Dark Salvation, o álbum de estreia , Bärgthron, data de 2010 e, antes disso, apemas haviam lançado a demo Spartha (2008) e um DVD gravado ao vivo intitulado Dark Winter Nights III (2009).

Depois da intro construída em torno de sonoridades cinemáticas e orquestrais, começamos a sentir o pulso à banda. A primeira nota de interesse vai para os growls de Gianluca Teofani que, tipicamente alicerçados numa matriz death metal, manifestam assertividade e poder, sendo que lhes falta alguma diversidade tonal ao longo das músicas. Kevin Schädler e Simon Sprenger, nas guitarras, mostram eficiência, e o contraste entre a distorção rítmica e o canto límpido das cordas da guitarra solo resulta particularmente harmonioso. A restante secção rítmica é o calcanhar de Aquiles deste universo musical, registando-se alguma falta de “músculo”. As linhas de baixo são demasiado sibilinas, daí que seja difícil tomar o pulso e perscrutar a "tensão cardíaca" emanada pelas cordas de Marcel Gebert. A bateria de Samuel Schädler soa, por vezes, quase vinda do fundo do poço. Estas debilidades devem-se, porventura, a opções menos conseguidas ao nível da produção, aspecto que merecia um trabalho mais cuidado neste álbum.

Assim, importa valorizar temas como “Tränenmeer” e “Eifersucht”, visto que aparentemente são aqueles em que a identidade dos Dark Salvation surge de forma mais evidente, sendo também aqueles que denotam uma maior complexidade performativa e composicional. Destaque-se  também “Sekunden meiner Macht” pela capacidade de apresentar uma maior diversidade de motivos, partindo de um prelúdio atmosférico e etéreo, ao som de teclados, em que a voz assume uma tonalidade sussurante, e explorando, depois, o contraste com o registo mais habitual da banda. O epílogo fica reservado para “Endzeit”, que podemos traduzir precisamente como “Final”, momento em que há uma maior evidência na componente instrumental, trazendo a guitarra baixo um pouco mais para a frente, mas sem que se registe um grande dinamismo.

Os Dark Salvation denotam potencialidade e podem singrar nos caminhos do metal, no entanto, para que essa evolução aconteça, talvez seja necessário que o processo de gravação e mixagem ocorra fora do Liechtenstein, no seio de um contexto mais capacitado e experimentado nas valências do melodic death metal, visto que as maiores debilidades de Der Letze Weg decorrem, na nossa opinião, precisamente de um trabalho menos conseguido a esse nível.



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